10.4.13

momento para não fazer

Postado por 16 mulheres e 1/2 |


Hoje. Agora pela manhã. A partir das 8h, sem prazo de término exato. Iremos deitar no chão, sobre a sombra do Minhocão na altura da saída do Metro Marechal Deodoro, com uma pedra no peito.
O trabalho "um momento para não fazer", foi o primeiro "não fazer" realizado no 16 mulheres e 1/2, na primeira janela poética desenvolvida em 2012. Os "não fazeres" foram propostas em que o corpo "desistia de agir", deixando que algo "agisse sobre ele". A pedra no peito foi realizada na janela poética coordenada por Carolina Nóbrega a partir da concretude da relação corpo-objeto bruta do trabalho da artista plástica Ana Mendieta, sendo, mais especificamente, uma releitura de "Burial Pyramid", uma video-performance de 1972, realizada pela artista plástica Ana Mendieta. - http://16mulheresemeia.blogspot.com.br/2012/05/pedra-no-peito-peito-em-pedra.html
No seu trabalho, Ana Mendieta cobriu seu corpo de pedras em uma ruína zapoteca em Yagul, no México. Conforme a artista respirava, as pedras se moviam. Aos poucos, Mendieta amplia o movimento toraxico da respiração, até que as pedras caiam de cima dela, revelando o seu corpo.
A releitura "um momento para não fazer", desloca a ação de uma ruína pré-hispânica - contexto no qual a artista mexicana busca tornar vivo ou mostra o quanto ainda vive o passado que habitou àquelas ruínas -, para o centro de uma megalópole como São Paulo, transformando radicalmente os sentidos da obra original de Ana Mendieta, para que algo inteiramente distinto se desenhe.


Trata-se de uma ação de grupo, aproximadamente 15 pessoas. Cada performer se deitará no chão de um espaço movimentado da cidade, de olhos fechados, com apenas uma pedra no peito. O único movimento que se vê nesta performance, é o balançar inseguro das pedras que sobem e descem conforme a respiração dos performers. O grupo atuante se manterá deitado com a pedra até que não aguente mais, entrando em questão uma temporalidade subjetiva, impossível de mesurar - a ação dura tempo indeterminado.
A ação sairá da sala sem tempo determinado e sem controle definido de seus significados, interferindo na rotina dos passantes apressados, o grupo de estudos ecoa na rua, uma vez mais, buscando colidir a pesquisa no asfalto. Une forças a um festival auto-gestionário, de tomada da sociedade civil do espaço da rua.



http://festival.baixocentro.org/#

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