por Mariana Sucupira
Quebra-cabeça
Quem vem junto:
Por um desajuste institucional vivido durante minha formação em Artes Cênicas, decidi viajar sem destino certo pelo nordeste do país. Nesse contexto me aproximei de uma arte menos institucionalizada, dançada na rua, de homens e mulheres que gritavam para fora verdades físicas. A partir disso me interessei pela performance, pela intervenção e, junto com outros parceiros, fundei o Grupo do Trecho (grupodotrecho.ato.com) e (grupodotrecho.blogspot.com). Desse trabalho, fui aprofundando uma pesquisa pessoal corporal em dança que contrasta a ancestralidade e o espaço urbano, bastante inspirado pelo trabalho da artista plástica Ana Mendieta.
Sou pesquisadora, criadora e professora de dança. Bacharel e licenciada em dança pela Unicamp. Meus focos de interesse estão mais presentes na relação com o movimento com as suas intensidades e imagens, na dramaturgia que se inscreve no corpo, na improvisação, composição e presença cênica. Atualmente sou integrante da Cia Damas em Trânsito e os Bucaneiros, e parceira do Núcleo Cinematográfico de Dança e da Balangandança Cia. Para mim é enriquecedor fazer novas parcerias com artistas e coletivos que tenham questões que me instigam como intérprete e criadora.
Transito entre a dança, a arquitetura e o urbano. Questões como o desenho, a construção e a ocupação do espaço me interessam muito. Seja através do corpo, do elemento construído ou da imagem. As pesquisas em Laban, assim como estudos de coordenação motora e técnicas de educação somáticas amparam esse transitar. Atualmente meu foco sobre essas questões está na relação entre o espaço externo e o interno, não só como dualidade, mas também como unicidade e cooperação.
Brasileira, sexo feminino, cabelos e olhos castanhos, netas de judeus ucranianos e tataraneta de italianos. Nascida em São Paulo na Avenida Paulista no dia 1 de julho de 1982, ás 2:34 a.m. Profissão: Artista emergente, intérprete emergente, criadora emergente, gestora emergente, e ainda talvez, bióloga e pesquisadora do corpo vivo. Pernas curtas, pequena, magrela e cabeluda, se confunde espacialmente com direita e esquerda e ultimamente insiste em pesquisar fisicalidades a partir dos sistemas arterial e nervoso. Insiste em cavoucar essas qualidades e estados separadamente, e de quando em vez, de maneiras híbridas, como camadas sobrepostas em sua fisicalidade. Atualmente se ocupa em experimentar um corpo que transita entre desenhos definidos, rascunhos e borrões e que se auto observa em sua propria praxis reparando e organizando suas emergencias
Ligada em despropósitos como toda boa aquariana, sempre quis peneirar água com a peneira. Num desses despropósitos, eu, que sempre fui do movimento, encontrei na dança uma forma de transver o mundo. Adoro pular carnaval e como grande brincante da vida, não demorou para que eu chegasse nas danças populares brasileiras e, contaminada pelo vírus da possibilidade de criação, cheguei na dança contemporânea. No momento, são muitos os despropósitos da dança que me interessam mas ando muito ligada em experienciar e propiciar aos meus alunos e vocacionados (dou aula de dança contemporânea e brasileira à crianças e adolescentes e sou artista orientadora de dança do Programa Vocacional) diferentes procedimentos de criação em dança(s) sejam ela (s) contemporânea, brasileira, ou talvez, uma dança contemporânea brasileira ou ainda uma dança brasileira contemporânea(?). Com ascendente em Gêmeos, a dúvida também sempre me acompanhou!
Existem dois aspectos que me guiam na vida: um ligado à curiosidade, o outro, à invenção. Por enquanto, uso isso nos meus trabalhos de dança, teatro e performance, e também, cinema e vídeo, principalmente em parceria com grupos, coletivos, companhias ou pessoas legais. Mas ainda tenho desejo de ser arquiteta, detetive e neurocientista.
Vivo traçando caminhos e linhas de fuga entre impossibilidades e possibilidades, em busca do inesperado. Um turbilhão dentro e fora, inalando e exalando maneiras de ver, ouvir, sentir e provocar o movimento. Em auto-movimento. Sou formada em dança pela Universidade Anhembi Morumbi e profissional desde 1989. Passei por escolas e mestres em São Paulo que dedicavam-se a somar arte e ciência como suporte à formação do criador-intérprete. Integro como criadora-intérprete as cias: Cia. Oito Nova Dança (desde 2001) e Balangandança Cia. (desde 2006). Integrei o espetáculo “Antes da Queda” com direção de Juliana Moraes e o processo de criação do espetáculo “(Depois) de Antes da Queda. Sou co-fundadora do Núcleo Cinematográfico de Dança, onde desenvolvo desde 2002 uma pesquisa entre cinema e dança e atuo como co-diretora e criadora-intérprete. Entre 2002 e 2006 fui professora no Estúdio Nova Dança. Desde 2007 dou continuidade ao ensino e criação em dança contemporânea na Sala Crisantempo, em São Paulo. Oriento o grupo 16 Mulheres e 1/2 em reflexões, práticas e criação sobre dança contemporânea - pelo Núcleo Cinematográfico de Dança.
Minha pesquisa se refere a relação entre a dança e a música, a voz e a dança contemporânea. Neste momento ando particularmente interessada na pesquisa de imagens corporais como desenhos, traços de linhas, que se fazem dentro e fora do corpo - através da relação entre a dança e a fotografia. Participo atualmente de dois núcleos: o Limiar - núcleo de pesquisa entre dança, música e fotografia: nucleolimiar.blogspot.com e a Cia. da Estrela – núcleo de intervenções urbanas: ciadaestrela.blogspot.com
Sou hiperativa e entusiasta. Tento fazer da minha vida o meu trabalho, tento não ser mais uma pedra de concreto em São Paulo e tento andar de skate (o que me inspira muito a me mover). Tenho esperança de um mundo melhor e escolhi agir começando por mim mesma! Mais sobre minha dança: senteovento.com
Cinema do corpo?
por Maristela Estrela
Nestes três primeiros meses de trabalho nossa prática foi orientada com base em procedimentos realizados anteriormente pelo Núcleo em seus últimos trabalhos. O trabalho de preparação corporal apoiado em técnicas de educação somática teve alguns focos indicados como por exemplo o trabalho com a Ideokinesis: a coluna como elemento de ligação entre os volumes de costelas, crânio, bacia. Como estabelecer relações/fronteiras entre o eixo da coluna e esses volumes ósseos? Como o movimento acontece, na passagem do apoio concreto ao imaginário sobre essas arquiteturas/regiões do esqueleto? Que imagens se apóiam na concretude de um osso? Quais as possíveis relações entre esses volumes ósseos e essas imagens? Como a sensação dessas imagens potencializam o movimento de cada um? Essas são algumas das questões que tem permeado constantemente o processo. Assim, algumas expressões peculiares têm se construído, através de propostas do Núcleo que são alimentadas pelas reflexões e trabalho prático dos criadores-intérpretes num fluxo constante.
Zonas de interesse: coluna e sua relação com outros volumes ósseos, relação entre eixos, relação entre as palavras focar/desfocar, desenhar/borrar, continuidade/descontinuidade.
Da leitura da arquitetura do corpo à imagem, da sensação da imagem ao movimento. O movimento constrói a imagem que constrói o movimento. Do movimento vivenciado na improvisação à síntese da imagem, da síntese da imagem à síntese do movimento.
Inventar uma dança
por Maristela Estrela
Localizando os interessados, esse novo processo teve início em fevereiro de 2011 e tem como foco a pesquisa do Núcleo Cinematográfico de Dança centrada em um trabalho de pesquisa entre o cinema e a dança. Como transformar conteúdos e procedimentos do cinema em procedimentos para a criação do movimento/dança? Investigamos também a relação entre abordagens somáticas e o movimento dançado, como por exemplo, sobre o trabalho da Coordenação Motora (referência pesquisa Cia. Oito Nova Dança), também sobre a Ideoknesis ( contato-improvisação), sobre o BMC ( Body Mind Centering) , etc. Buscamos inventar novos procedimentos de criação do movimento e da dança através de diferentes abordagens da improvisação. Estamos orientados por algumas questões como: Quais imagens o intérprete-criador tem inscritas em seu corpo enquanto dança? Como pensar e experimentar uma dança apoiada na projeção dessas imagens? Experimentamos a invenção de uma dança, mas pretendemos observar e refletir também sobre o caminho que trilhamos para se chegar à essa invenção. Nosso interesse está também em observar e compartilhar o como cada intérprete constrói e elabora seus próprios procedimentos, conteúdos e danças a partir de temas corporais comuns. Interessa-nos também experimentar e compartilhar esses procedimentos individuais e torná-los ferramentas e instrumentos para uma investigação e/ou criação coletiva. Essa experiência de investigar e criar dança, será aqui compartilhada através dos diferentes corpos, olhares e formações em dança dos integrantes desse grupo de estudos. Nos questionamos sobre as maneiras de se pensar-fazer dança: escrever com o corpo, inscrever, re-escrever, rabiscar, cortar, repetir, reiterar, etc. Observaremos tanto a experiência individual/coletiva quanto as expressões resultantes que se desejam condensar em dança.
Nossa ênfase estará nos processos de experimentar, elaborar e refletir corporal/mente a dança. Em como transformar inquietações e motivações vividas em improvisações em novas bases para a criação de partituras de movimento.
O Blog do “16 mulheres e 1/2” é uma ação do “Núcleo Cinematográfico de Dança”, que tem como objetivo compartilhar experiências de investigação e criação em dança contemporânea. Alguns procedimentos que envolvem as práticas de treinamento e criação em dança do Núcleo se estendem agora para esse grupo de estudos, assim como a investigação entre estruturas de improvisação e coreografia. Esse novo processo teve início em Fevereiro e se desenvolverá até Dezembro de 2011. Depoimentos, reflexões, registros visuais e referências, serão postados aqui e compartilhados com a intenção de tornar esse um processo aberto ao público para trocas, publicação de opiniões e debates sobre estes conteúdos e temas.
O Núcleo Cinematográfico de Dança e o 16 Mulheres e 1/2 convidam a todos os interessados em dança, arte, educação e criação em geral para acompanhar, compartilhar, provocar novos movimentos e gerar novas discussões e reflexões sobre dança.
Sinta-se convidado!
Todos serão muito bem-vindos!
Núcleo Cinematográfico de Dança e 16 Mulheres e 1/2
16 mulheres...
Nós
Andreia Guilhermina